Veículos autônomos, novos paradigmas da gestão do trânsito da cidade de São Paulo e para a Companhia de Engenharia de Tráfego

  • Edison de Oliveira Vianna Junior

Resumo

A tecnologia faz com que o ser humano se desvencilhe de tarefas prosaicas do cotidiano e as transfira às máquinas, esta automação pode dar aos automóveis autonomia na realização de tarefas e comportamento de autômato, permitindo a melhoria da segurança do trânsito por meio de automação e inteligência artificial. Aproveitar esta transformação e limitar a ação dos automóveis evitando que se transformem em uma arma é uma oportunidade que deve ser explorada.

Este artigo aborda preliminarmente “veículos autônomos”, dos primórdios da automação mecânica, com a troca da manivela pelo motor de arranque, até o nível SAE 5 de automação completa, onde o veículo poderá ir buscá-lo em casa e leva-lo ao trabalho, e depois dirigir-se a um estacionamento independentemente, por exemplo.

A operação plena do veículo autônomo depende de técnicas e tecnologias que mudarão o paradigma das cidades e dos transportes nos próximos anos. Os sistemas críticos para que isto ocorra são os de segurança e controle, pois o trânsito é um dos grandes responsáveis pela morte de pessoas prematuramente, e a evolução destes sistemas determinará o momento destas mudanças no futuro. Poder-se-á limitar velocidade e criar freios automáticos anti-atropelamentos, por exemplo.

A interpretação automática de imagens para identificação dos demais elementos do trânsito, sua velocidade e curso, a precisão dos sistemas de telemetria, e a tomada de decisão por sistemas de inteligência artificial são os pontos de pesquisa e desenvolvimento atuais por onde se chegará aos sistemas de veículos autônomos até 2030.

Para que isto ocorra, a pesquisa em: redes neurais convolucionais CNN, rede de tomada de decisões DMN, e os sistemas V2V, e V2X de comunicação entre veículo e veículo, e veículo e central operacional são pontos em discussão na indústria automobilística que deverá estimular e fomentar sistemas que evitarão e impedirão a ocorrência de acidentes.

Para o poder público, além das questões legais e problemas de responsabilidade civil e imputabilidade, são elementos importantes a gestão da qualidade dos elementos de sinalização, tais como balizamento, sinalização vertical e horizontal, regulamentação e semafórico visuais, e o modo como a instrumentação às interpreta. Os serviços públicos podem ser beneficiados com estes sistemas na redução de custos, ou de melhoria geral de desempenho.

E quando se trata de veículos aqui, não são obrigatoriamente aqueles de transporte individual, ou seja, espera-se que estes benefícios sejam utilizados em veículos de transporte coletivo de passageiros, de carga e outros serviços públicos.

Também não é necessário que os veículos sejam completamente autônomos inicialmente, mas que tenham subsistemas automáticos que melhorem seu desempenho e segurança, assim como foram os cintos de segurança, os air bags e o Anti Block System ABS. Ou mesmo possam ser controlados automaticamente em caso de velocidade excessiva ou motorista dormir, impedir motorista alcoolizado ou parar seguramente quando sofrer colapso físico.

Biografia do Autor

Edison de Oliveira Vianna Junior

Gestor IV da CET, onde ingressou por concurso em agosto de 1994, compõe equipe de simulação de tráfego da Superintendência de Planejamento e Projetos da CET;

Doutor pelo Departamento de Engenharia Elétrica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo em 2009, em sistemas de potência;

Mestre em estruturas ambientais urbanas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, em 2000;

Arquiteto Urbanista pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo em 1991

Publicado
2018-09-21
Seção
Artigos